sexta-feira, 22 de abril de 2011

Porém.


Criatura inocente. Sangrando teu veneno através de sua doçura. Vendou-me, seduziu-me, provou-me. Matou-me. Agora me segue até o inferno de seus sonhos, até o paraíso de meus pesadelos. Nós jogamos de sua maneira, não? Suas unhas ainda estão com os músculos de meu coração, coração dilacerado. Arrancou-me.
Sangro a vida que você me deu. Cada pedaço de sua essência eu sangro.
Estou nadando em direção ao nada e do nada volto ao lugar nenhum. Preciso te dizer, mas quais as palavras, não sei. Vejo tua queda. Sadicamente vejo teu desespero. Prazerosamente eu te afogo. Afogo e me delicio nos teus pesadelos.
Mergulha em teus vícios. Aquela que não lhe deixa fechar os olhos. Olhos azuis.
Eu lhe espero na rua mais próxima. Caminha até mim. Leve-se ao inferno que me levou uma vez.
Porém, eu saí viva.

Bee.

Um comentário:

  1. O não dizer já é dizer o bastante, mesmo não podendo saber quem é Bee. Não há como não sentir a angústia que o texto passa.

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